19.7.08

Lágimas de verdade

Lá se vão meus olhos se enchendo de lágrimas
meu rosto ardendo com o sangue que sobe
e engarrafa as minhas bochechas

A sensação de dor no pé do estômago
o nó enjoado na garganta
e a lembrança dos motivos que me fazem ser tão idiota!!!
tão tolamente insana e desligada,
tão burra ao ponto de não perceber meus erros
de tentar apagá-los com lágrimas
e derreter o coração dos tolos...

Me arrebento em meu egoismo estúpido e frio
em minhas delícias frescas e inúteis
jogo-me debaixo dos pés de um gigante
e depois peço clemência enquanto cospe-me

Lanço-me no mar da ignorância
da grosseria significante daqueles que merecem morrer sozinhoS
e então arrependo-me
como se dizer desculpas mudasse alguma coisa
como se sorrir sem graça e deixar escorrer algumas lágrimas
fosse mudar aquilo que os outros sentem
fosse apagar a minha imbecilidade
a minha idiotice

Mas não muda, não muda nada e nem vai mudar...
nenhum instante retorna
nenhuma lágrima cura
nenhum erro se apaga

Então contento-me comigo mesma
com esse ser sem alma
e desmerecedor de um coração
com esse corpo insignificante
que merece ser pisoteado por aqueles que o amam
pois não tem capacidade de aprender

Que antes do seu egoismo nojento
vem o sentimento puro daqueles
que o querem bem.

Amor in Guerra

Tum-tum-tum
bate meu coração com nossa música
descompassado e perdido entre os medos
entre todos esses pensamentos
entre as dúvidas e as certezas que tenho
me olho no espelho e meu reflexo diz que é forte
forte o suficiente pra sair ileso desta guerra
pra viver como se nada entre nós tivesse mudado
como se o amor fosse o mesmo
e o seu sorriso idem.

Mas tudo mudou e eu não me importo
não me repudio em tolices
não me martirizo
não me afogo
desencontro prantos
sem me importar com o que você pensará desta vez
pois eu também mereço ser lembrada
ser posta entre as rosas
"memorada".

Desgrudo-me da idéia que você tem de mim
largo-me do objeto que sou
torno-me quem sou e o que serei
pra sempre
debruço-me sobre a ironia do amor e dos sonhos
sobre os corpos grudados
perfeitos e encaixados.

Seco o suor do meu rosto
respiro fundo e destruo o conto de fadas
nada é real aumenos que se abra os olhos
e os abro
vendo-me refletida como um nada dentro dos seus
sentindo-me um lixo
um nada cuspido no nada.

E todo amor que dei parece ter sido usado
como meu corpo,
como meus lábios...
usado pra te trazer sorrisos
te fazer melhor.

E eu me escondo
triste
morta,
porque todos os meus planos se esvaem
se auto-destroem
se auto-mutilam.

E enfim eu deixo meus olhos chorarem
vendo meu amor
vendo meu coração ser pisoteado nesse mar de lágrimas
entre as quais me encontro e me devoro
porque sei que meu amor não é nada
que em seus braços sou um fantoche
e em sua mente um objeto.

Que seu amor mudou
e não me faz tão feliz...
quanto antes,
quanto ontem.

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ps: Volte a me amar!