1.11.09

Gritos pra me escutar


Ouço suas vozes, seus clamores surdos
Não sei o que dizer, o que fazer,
como ensinar...

Estendo meus braços,
dou minha mão
Meus conselhos são tolos,
dizem: porque não?

Minha boca se abre,
em desespero
Tolice eterna de achar-me sóbria.

Sou esperança tola
de amantes loucos
Sou sobrenome estranho
de um conselho.

Digo não erres,
e cometo meus erros
Digo se amem,
enquanto não recebo amor

Sorrio desesperada,
enquanto tropeço
Torço enfim
pra que seja um começo.

Fecho meus olhos,
e reso um pai nosso
Que estejas no céu,
e escutes meus medos.

Simplifico-me
em meio a amantes
E engulo minha inveja,
dizendo que me sublimo.

Escuto uma voz dizer que me amas
E jogo-me ao fundo de um pequeno abismo.

Meus sonhos me invadem,
enquanto gemo
Enquanto meu medo de sentir dor
me cala os lábios.

E vejo pela tela
o que é realmente uma história,
e enfio-me em meio a ela.

Somente pra aproveitar,
um resquício de felicidade
Uma gota qualquer dessa paixão,
desses olhos que brilham como não sei se brilhei.

E enfim deixo minhas lágrimas correrem,
é meia noite,
e descubro não ser real.

E sufoco num grito abafado
entre as dores daqueles que amam,
E confesso as minhas,
esperando que elas fujam de meu peito,
e aportem em outro lugar.

Aborto minha alma
por não querer-me mais,

desgrudo-me e desfaço-me em versos,

por não poder sorrir.


Mas percebo então que eu não sou vida.,
que não sou nada em meios aqueles sorrisos
E debruço-me em uma história de amor.

Jogo-me em meio ao campo,
para sentir-me também feliz
Redescubro em mim um suor salgado,

e umas coisas que não eram mais pra estar aqui.


Entendo por fim
que estou viva,
e agradeço.

Enchergo o amor em olhos distantes,
e posso sorrir em meio a loucura de um amor proibido

Posso encontrar assim uma razão
pra que meus passos me levem ao fim

São dois amores que se encontram,
são dois amores que se completam
E eu quem sou?
sou só aquela que também quer amor.

E Deus me ouve só um bocado,
e deixa-me estar como estou
Sendo só olhos a vagarem entre as dores do mundo
sendo só alguem que ás vezes precisa gritar.

Vou deixar



Vou me deixar flutuar,
é um instante qualquer
Vou escrever até meus dedos cansarem
e minha lama parar de doer.


Vou deixar a chuva cair em meus olhos,
e fingir que não são lágrimas
Vou esperar o doce gosto de caramelo sair de meus lábios
enquanto desejo que ele estivesse aqui.


Vou deixar o vento mover meus cabelos,
e o frio tomar o meu corpo
Vou dar mais um passo e sorrir
pois no fim de tudo, ainda estarei só...


Mentiras reais


Olho em seus olhos

e vejo que o brilho se foi
Só restam sorrisos falsos
e mentiras pra eu acreditar

Em seus lábios um gosto
que não sou eu
em seu corpo um cheiro
que não sou eu

Olho em seus olhos
e encontro um sorriso
Afogado nas mentiras
que me fez acreditar

E sinto a culpa
de não ser o suficiente
Sinto a dor ao perceber
que não basto a você

Imagino a música
embalando seu corpo
Enquanto esqueces de mim
e se entrega

Então, minhas lágrimas
te encontram sorrindo
E dos teus lábios
percebo que meu gosto se foi


Descubro em seus olhos
uma alegria estranha
E percebo que eles não olham
simplesmente pra mim

Então sinto meu corpo diminuir
como se minha alma evaporasse
Dentro de mim
com suas palavras


Você confessa um te amo
e meu coração não pode entender
E descubro ser tola
acreditando em você

Então cai a noite
e percebo meus ossos quebrarem
Meu sorriso desmancha
e não sou mais mulher


Torno-me então um corpo
que não sabe a quem pertence
Uma crosta vazia sem lembrar
o porquê de estar aqui

Descubro que um mundo se foi
em seu falso sorriso
Descubro morrer embalada
em suas mentiras reais


Percebo ser tola, e as lágrimas me
afogam entre todas as juras que fiz
E enfim me perdoo por amar,
Amar mais que a tudo...

Quem nunca me amou.